Astrologia, comigo.
Horóscopos de revista, previsões genéricas e promessas de que "as estrelas vão resolver a tua vida". Não é comigo.
O meu primeiro contacto com a astrologia foi muito mais profundo e transformador do que isso. Foi como abrir uma janela para dentro de mim e, pela primeira vez, perceber que havia uma linguagem capaz de traduzir o que eu sentia, mas não sabia explicar. Não havia previsões mágicas nem fórmulas prontas. Havia compreensão, clareza e um convite a viver mais alinhada com quem sou.
Quando decidi estudar, escolhi seguir esse mesmo caminho. Mergulhei na astrologia psicológica e especializei-me em astrologia terapêutica, que não é uma substituta de terapia mas sim uma lente de ampliação para a consciência. Uma forma de olhar para dentro e reconhecer padrões, feridas e potenciais, criando pontes entre o que se sente, o que se pensa e o que se faz.
Ao longo do tempo, percebi que era preciso clarificar o que não é a minha abordagem. Por isso, comecemos por aí:
Não é adivinhação. Já me perguntaram se podia dizer quando se íam casar, quantos filhos íam ter ou quando íam receber uma proposta de trabalho. Não é isso que faço. O mapa não dita destinos fixos. Ele mostra tendências e ciclos, mas, sobretudo, leva ao encontro com a própria essência.
Não é terapia. Apesar de poder ser profundamente transformadora, uma leitura de mapa ou um processo de mentoria astrológica não substituem o acompanhamento psicológico quando necessário.
Não é um catálogo de defeitos nem uma desculpa para não mudar. Já ouvi pessoas dizerem “não posso ser de Escorpião, sou uma pessoa boa”, “Sou impulsiva, culpa do meu Carneiro” ou “detesto ser Virgem…”. Como se os signos fossem rótulos que condenam ou justificam comportamentos. Não há signos maus nem sentenças ditadas pelo céu à nascença. Há potencial, extremos e energias desequilibradas. É sobre isso que nos debruçamos, sempre para chegar a um lugar de equilíbrio, aceitação e descoberta de potencial.
Não é sobre tomar decisões por alguém. No início do meu caminho a trabalhar com astrologia, recebi muitas pessoas que vinham para eu decidir por elas. Como Escorpião que sou, sempre me pareceu um enorme “desserviço” fazê-lo. Hoje, quem me procura já sabe: o que ofereço é clareza para que quem recebe possa decidir com mais confiança e alinhamento, mas a responsabilidade é sempre pessoal.
Para mim, uma leitura de mapa astral é como traduzir um livro único, escrito no momento do nascimento, numa linguagem simbólica que quem recebe não conhece. É um espaço onde símbolos se encontram com histórias de vida, e onde muitas vezes surge a sensação de “finalmente alguém me vê”. Não porque eu tenha poderes especiais, mas porque o mapa fala da pessoa de uma forma que se calhar nunca ninguém falou.
Conhecer o meu próprio mapa criou o espaço para deixar de me comparar e começar a reconhecer e celebrar a minha natureza. É isso que desejo que cada pessoa leve de qualquer experiência comigo (seja uma leitura, um processo de mentoria ou um programa de grupo): a compreensão de que não é preciso mudar quem se é para viver melhor. É preciso conhecer-se e aceitar-se, em todas as suas partes. Porque quando isso acontece… aí sim, tudo começa a mudar.